quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A HISTÓRIA DO HEAVY METAL

  A HISTÓRIA DO HEAVY METAL:  
Muito se perde(u) por falta de registro. Muitas histórias da vida perdem-se na poeira do esquecimento porque faltou quem as registrasse.
Partindo dessa idéia, resolvi registrar um pouco da particular história do Heavy Metal na Grande Florianópolis, música que testemunho há certo tempo. Daí a vontade de registrar por escrito antes que tal história desapareça por completo.
É verdade que o livro não é completo. Aqui não se encontram todas as bandas que fizeram a história desse gênero musical na Grande Florianópolis. Tive de parar a pesquisa no momento em que ultrapassou o limite máximo de 100 páginas, imposto pelos custos do projeto. No entanto, algumas das bandas que constam aqui tiveram grande participação no movimento, mas até então não receberam o devido registro.
Este livro chama-se "Breve Dicionário". O título explica bem a natureza e as limitações desta obra. Portanto, se o amigo leitor não encontrar referência sobre determinada banda, não se chateie. Dependendo do que ocorrer com esta primeira edição, outras poderão ser publicadas com informações mais atualizadas. Segui o seguinte critério: coloquei no papel todas as bandas que conheci ou ouvi falar. Por isso, sinto-me satisfeito (por enquanto, bem entendido pois é da insatisfação que se faz a busca do progresso).
Nesta obra, há todo tipo de bandas- grandes e pequenas; que alcançaram certo sucesso com outras que nem saíram da "catacumba" da garagem. Não fiz nenhuma distinção. Fui democrático ao extremo. O importante foi registrar os artistas anônimos que pouco ou NUNCA tiveram a atenção da mídia. Não é por ser anônimo que não se pode achar talentos.
Para cada banda de sucesso que aparece a toda hora nos jornais, TVs e rádios, outras mil encontram-se perdidas na selva do anonimato. Umas realmente não têm talento; outras possuem músicas boas e minoria tem tudo para atingir o "hit parade", mas não contam com o mínimo espaço na mídia. Afinal, não possuem os R$ 50 mil para "comprar" sua participação no "Programa do Faustão" ou para que seu vídeo clip apareça no Fantástico. Se conseguissem alguma chance, certamente "emplacariam", como se diz na linguagem popular. Alcançar o sucesso com a música é algo para poucos. Para o restante, só "Hollywood, o sucesso".
Infelizmente não existe a "terceira divisão" no mundo da música. Explico-me melhor. A "terceira divisão" seria o município promovendo festivais amadores de música que poderiam ser realizados em escolas, clubes ou em alguma praça da cidade. Nestes eventos a garotada que gosta de "tirar um som" na garagem poderia extravasar suas energias criativas, enfim, usando famosa frase do falecido artista norte-americano Andy Warhol, "ter seus 15 minutos de fama" perante os amigos. A "segunda divisão" é o estado e a "terceira" é o showbizz nacional. No Brasil, só tem a "primeira"; o resto é cada um prá si e Deus por todos.
Florianópolis carece de espaço para bandas de garagem. Não há festivais. Quando se promove algum, não passa de uma ou duas edições. Nunca há continuidade. Um festival realizado religiosamente todos os anos numa data fixa transformar-se-ia não só numa atração cutural/turística da cidade, como também num incentivo aos músicos de garagem para ter onde tocar. Não seria uma idéia a se pensar?
Conforme os leitores poderão constatar neste dicionário, muitas bandas "nascem e morrem" sem nunca ter feito uma apresentação, por pura falta de espaço e eventos. Florianópolis não possui um local de shows para bandas de underground no centro da cidade. Hoje existe um, mas fica na Lagoa da Conceição. Para chegar lá, precisa-se pegar dois ônibus, um tédio para os jovens que, porventura, não possuem carro e que vivem de mesada.
Resolveria tudo se houvesse uma casa de shows para as bandas de garagem situada no centro de Florianópolis ou, no máximo, no Kobrasol, em São José. Mas é difícil. Talvez um sonho impossível. Empresário investindo num estabelecimento dessa natureza previsa instalar isolamento acústico para evitar transtornos com vizinhos. O problema é que custa uma fortuna forrar as paredes com isopor ou outros materiais. Contar com ajuda da prefeitura para viabilizar um local desses, nem pensar. Eis que surge a situação "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Pena que sequer tal tipo de discussão (organizar a música amadora no município) trave-se nas secretarias municipais de educação e cultura. "Rock" não é cultura. É por isso!
Mas deixemos de lado essa discussão. Vamos curtir este dicionário que muitas alegrias trouxeram. Afinal, são lembranças de shows memoráveis de bandas que fizeram história, mas mereciam maior destaque na mídia, e de grandes amigos de tantas festas e confraternizações.
Antes de entrar no dicionário, vale a pena dar um volta pela história. O "Heavy Metal" é um gênero musical derivado do rock`n`roll. Como resumiu o jornalista Pedro Bial na apresentação do 2º Rock in Rio, em 1991, o "Heavy Metal" surgiu do blues tocado bem alto. É verdade. Muitas das bandas pioneiras do gênero começaram tocando blues.
Quem inventou o "Heavy Metal"? Quando surgiu? Se fôssemos dar uma "paternidade", nada mais justo do mérito caber ao cantor inglês Ozzy Osborne (aquele famoso que mastigou um morcego durante um show!!!). Era 1970. Ozzy cantava na banda "Black Sabbath", que gravou seu primeiro disco em 1970. O nome era o mesmo da banda.
O "Black Sabbath" começou como blues, mas ao longo do tempo foi deixando seu som mais pesado devido ao uso de pedais de distorção. Ozzy era vibrado em histórias de horror, bruxas e lobisomens. Escreveu letras de músicas com essa temática. Resultado: o primeiro disco do "Black Sabbath" "arrepiou" literalmente. Afinal, naquela época, rock versava-se sobre amenidades. O "rock" de Ozzy passou a falar de possessões demoníacas, ataques de bruxas, lobisomens etc. Aqueles "bruxos" vestidos de preto, cabeludos e olhar enigmático deram ao "Black Sabbath" uma aura de mistério tal como sua música, que conquistou o planeta.
E o famoso disco "Black Sabbath" volume 1 veio parar em 1974 nos ouvidos dos irmãos Vítor e Márcio Silva, os fundadores da primeira banda de "Heavy Metal" da Grande Florianópolis, o "Burn", cuja história consta neste dicionário. E o som logo batizado de "rock pesado" (mais tarde intitulado "Heavy Metal", cujas razões mais tarde explico) foi adquirindo adeptos na Grande Florianópolis.
O Heavy Metal evoluiu. De um blues tocado com distorção, virou "rock pesado", depois "Heavy Metal", "Hard Rock", "Speed Metal", "Black Metal", "Thrash Metal", "Hardcore", "Grindcore", "Nu Metal", enfim, uma infinidade de ritmos cuja identidade principal é o "som distorcido com pedal de guitarra".
Este dicionário reúne bandas dos mais diferentes estilos de "Metal". É uma tribo com uma infinidade de clãs diferentes que sequer falam a mesma língua. Aproveitei também para registrar fanzines e músicos que deixaram seu rastro na história deste estilo musical na Grande Florianópolis.
Este livro é bem modesto. Se verba tivesse para publicar uma "enciclopédia" de 1.000 páginas sobre o Heavy Metal da Grande Florianópolis, teria como preencher com riqueza de detalhes. Em alguns verbetes sobre bandas, transcrevi letras de música e reportagens. Até poderia ter colocado algumas partituras musicais, como é o caso da banda "Medieval", que possui até isso. Mas as limitações financeiras...
Vasculhando papéis guardados por fãs dessa música, muita coisa acha-se do quebra-cabeça que é a história do gênero. São cartazes de shows, fotos, cartas, reportagens publicadas em fanzines (muitos dos quais de ínfima tiragem e xerocados), pequenas notas raras saídas na mídia, vídeos, manuscritos, fitas cassetes com gravações caseiras, CDs, desenhos, camisetas etc. Para escrever este dicionário, consultei precioso material guardado por amigos. No entanto, muito ainda há para se ver de documentos guardados nas gavetas de muitas escrivaninhas. Mas deixa para outras ocasiões. Metaleiros e Headbangers! Guardai vossas relíquias! São história!
Bom! Chega de papo e vamos ao que nos interessa: o nosso dicionário. Como cantava o Dorsal Atlântica, uma das bandas pioneiras do Heavy Metal no Brasil, "que Deus dê vida longa aos nossos inimigos para que eles assistam a nossa vitória".
E este dicionário é nossa vitória! Waaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaarrrr!!!!


Fonte: Wikipédia,

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